Por que minha primeira empresa não deu certo.

06/01/2013 01:42

 

A verdade é que todo mundo quer o seu lugar ao sol. Bem, se não o quer, eu quero. Ainda novo, um pouco mais de 25 anos, sem  muito medo, mas com muitas dúvidas, resolvi me associar à pequena empresa de uma amiga, pois queria começar um empreendimento meu. Comecei errado. Ramo: Propaganda. A Empresa com a qual estava me associando era de Recursos Humanos, mas achei bacana a ideia de juntar os trabalhos.Uma empresa que oferece uma visão de marketing junto com a gestão das pessoas. Confesso que achei a ideia muito bacana, mas tínhamos alguns problemas.

            Listo os primeiros problemas que hoje avalio:

            001 – A imaturidade pede estudo; não parei para estudar o que é ser um micro- empresário. Sabia fazer o produto, mas ser o dono exige outras informações;

            002 – A falta de um plano de negócios – achei que, por estar me associando a uma empresa que já existia, esta seria o suficiente para trabalhar, ligar para empresas, oferecer meu produto e ganhar um bom dinheiro com isso;

            003 – Não estudei os aspectos financeiros e contábeis da empresa com quem estava me associando. Simplesmente, entrei e comecei a trabalhar, achando que tudo ia dar certo;

            004 – Fizemos mudanças, trocamos de endereço. Pensamos e pensei na estrutura, na cadeira, na mesa, no computador, mas qual seria o capital que  manteria isso até o negócio começar a andar?

            005 – Confundi um “abrir um escritório” com um “ser autônomo”.

            Foi engraçado. Muitas pessoas “amigas” chegaram para mim e avisaram:  rapaz comece em casa, monte um Home Office e vá por aí.  Entretanto,  eu não dava ouvidos às opiniões dos outros. Considerava  essas opiniões como algo do contra. É bem verdade que opiniões não servem muito, mas,  nesse caso, já que externei o problema, que tivesse tido a humildade para ouvir o que as pessoas “amigas” estavam tentando falar.

            Contudo, fui em frente. Comecei a fazer muitos contatos e a trabalhar. Mas logo veio a realidade. Sem muito capital, com o pouco que tinha, logo começou a piscar a luz vermelha do cuidado. A família, como eu era muito novo e todos um bando de aproveitadores, com pouquissimas restrições, já empurrou um primo para quem eu deveria pagar o salário. Pois é, quando a gente começa alguma coisa, ninguém conhece a dificuldade com que você está vivendo. As pessoas passam a crer que você está nadando em dinheiro.

            Essa foi mais uma lição que tive. A lição do silêncio. Não dá para empreender algo e ficar contando para “amigos” e “família”; eles não terão pena de você. Inveja é algo que, no mundo dos negócios, atrapalha. Tira do foco, perde-se muito tempo achando que as pessoas querem algo bom para você. Elas querem mesmo. Querem ver o que tiram de bom de você.

            Com o passar dos dias e com as primeiras e segundas dificuldades, a sociedade começa a sofrer alterações. Os ânimos já não são mais os mesmos. A visão de esperança começa a se tornar uma visão de preocupação com as dívidas: aluguel, luz,  condomínio, os salários. E quem poderá te ajudar?

            Clientes aparecem, mas, sabe por que existem muitas empresas médias que não conseguem crescer de verdade?  Crescimento é algo para que é necessário dar para ter. Se você quer crescer, ofereça crescimento para os outros. No mercado, existem diversas empresas que precisam dos seus serviços, querem o seu trabalho a um preço que eles podem pagar, contudo, na hora “H” do pagamento, eles te lesam. Isso aconteceu comigo por diversas vezes. Como tudo era novo, eu ainda estava na fase do apreender para fazer, contudo sofri e muito com essa turma. Até que você aprenda a filtrar essa turma, demora. Estar no mar do mercado é se preparar para serpentes e tubarões. Mas a vida ensina.

            Outra coisa que não entendia bem era o momento do recebimento da empresa, levando em consideração os meus problemas financeiros pessoais. Como tudo era muito novo, acreditava que o que entrava daria para eu pagar as contas da empresa, manter uma sociedade e viver. Ledo engano! Paguei com a própria vida isso.

            Sofri muito por ter esse raciocínio. Absorvi as contas de uma empresa crendo que poderia administrá-las junto com a minha vida pessoal. Errado!

            Com isso, os problemas começaram a ficar sem controle. Minha vida pessoal exigia as responsabilidades com as quais havia me comprometido, e o que gerava mal dava para bancar as responsabilidades do escritório.

            Como não planejei o capital incial e nem um capital de giro,  só absorvi contas e, só depois,  fui pensar nas receitas. O problema logo veio.

            Essa sociedade não durou muito tempo. Logo tivemos de nos separar porque os problemas administrativos, as dívidas pessoais e a falta de planejamento estratégico para a empresa foram fatores limitantes para os próximos passos. Não cito nem sucesso. Pelo menos não ainda. 

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